Background
Translations

P-The_Urantia_Book_Cosmology072804FredericoAbbott

 

P-A_Cosmologia_do_Livro_de_Urântia280704FredericoAbbott

 

A COSMOLOGIA DO LIVRO DE URÂNTIA

Cons. João Frederico Abbott Galvão Jr. (QE)

 

O Livro de Urântia nos revela uma Criação bela e equilibrada, monumentalmente grande mas aparentemente finita. O tempo da Criação, a eternidade, é infinito. Mas o seu espaço não seria infinito. Ele começa ao redor da Ilha do Paraíso e se estende até o quarto nível do espaço exterior.

 

No centro de tudo que existe se encontra a Ilha Eterna do Paraíso, a mais gigantesca massa do universo de universos, feita de matéria nem viva nem morta chamada “absolutum”, que existe apenas lá (LU, pág. 120).  Na Ilha Central não existe o tempo, e o Paraíso tampouco é espacial: “suas áreas são absolutas e por conseguinte úteis de muitas maneiras, além do conceito da mente mortal” (LU, idem).

 

No espaço contíguo à Ilha do Paraíso estão 21 satélites, 7 do Pai, 7 do Filho e 7 do Espírito Infinito. Mais adiante se encontra o bilhão de Mundos Perfeitos de Havona, em 7 circuitos orbitais concêntricos. Depois de Havona estão dois enormes cinturões de corpos escuros de gravidade, que ocultam o Universo Central de qualquer observação exterior e mantêm um perfeito equilíbrio astronômico. Este é o sistema eterno Paraíso-Havona, o Universo Central.

 

Além do 7º circuito dos Mundos de Havona se concentram os sete super-universos do tempo-espaço. São sete enormes massas de forma elíptica que seguem majestosas órbitas igualmente elípticas, no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio. No sétimo deles se encontra o nosso universo local de Nébadon, governado pelo Filho Criador Cristo Micael.

 

A 400 mil anos-luz dos 7 super-universos começam os quatro círculos do espaço exterior. No primeiro deles são observáveis enormes presenças de energias que aumentam até 25 milhões de anos-luz de distância. No 2º nível do espaço exterior se realizam atividades ainda maiores, até mais de 50 milhões de anos-luz depois do 1º nível. O 3º e o 4º níveis não são observáveis, mas convém observar que 95% da gravidade cósmica emitida pela Ilha Central estão dirigidos ao espaço exterior. Os autores do Livro de Urântia especulam que além do 4º círculo poderia estar uma Criação nem a eles revelada, de “infinidade em constante expansão”.

 

Essa foi uma visão esquemática da Criação Divina. Passemos agora ao seu detalhamento.

 

Não existem registros nem tradições a respeito da Ilha do Paraíso, que é simplesmente eterna e sempre lá esteve, no centro de todas as coisas. Ela está dividida em Paraíso Superior, Periférico e Baixo. No Paraíso Superior estão 3 círculos: a Presença da Deidade, a Esfera Santíssima e a Área Santa. Na esfera de presença da Deidade estão o Pai Eterno Mais que Espírito, o Filho Eterno do Paraíso e o Espírito Infinito, em áreas de padrão concêntrico. Na Esfera Santíssima se desenvolvem funções de adoração, trinitarização e altas realizações espirituais. Na região exterior, a Área Santa, estão as “mansões paradisíacas do Pai”, divididas em 7 zonas, destinadas aos cidadãos do Paraíso e aos nativos de Havona que lá se encontram, bem como a todas as categorias de filiação dos nativos dos 7 super-universos.

 

O Paraíso Periférico está em parte ocupado pelos campos de embarque e desembarque dos transportes de personalidades. Também estão aqui grandes áreas destinadas às realizações e projeções dos universos locais do tempo-espaço.

 

No Baixo Paraíso se originam “todos os circuitos da energia física e da força cósmica”. “A força motriz da Criação parece entrar pelo Sul e sair pelo Norte”. E o espaço respira: quando se expande horizontalmente, contrai-se verticalmente, e vice-versa. O espaço vertical é um depósito, uma reserva, e o horizontal é o universo. O espaço em volta do Paraíso é como uma cruz de Malta, da qual os braços horizontais são o espaço ocupado e os verticais são o espaço livre. Em termos físicos a gravidade material absoluta (cósmica) procede do Baixo Paraíso; a gravidade local ou linear que conhecemos pertence à etapa elétrica da energia ou da matéria. Mas a gravidade universal que se espalha pela Criação compreende também a gravidade de personalidade do Pai, a gravidade espiritual do Filho Eterno e a gravidade mental do Espírito Infinito, que não são mensuráveis.

 

Entre a Ilha Central e os Mundos Perfeitos de Havona estão as 21 Esferas Sagradas do Paraíso, divididas em 7 do Pai, 7 do Filho Eterno e 7 do Espírito Infinito. Os 7 Mundos Sagrados do Pai são Divínington (dos Ajustadores do Pensamento), Sonárington (dos Filhos descendentes), Spíritington (dos 7 Espíritos Reitores dos super-universos), Vicegérington (de representantes da Trindade), Solitárington (dos Mensageiros Solitários), Seráfington (dos Anjos) e Ascéndington (das criaturas ascendentes do espaço). Os Mundos Sagrados do Filho representam as 7 fases da existência do espírito puro e são habitados por seres não-pessoais: jamais esteve aqui qualquer personalidade. Os Mundos do Espírito Infinito pertencem a cada um dos Espíritos Reitores dos Super-Universos, que de lá comandam as ações referentes à sua natureza, embora não cuidem de sua administração.

 

Os Mundos de Havona se dividem em 7 circuitos orbitais concêntricos, com 35 milhões de mundos no circuito interior e mais de 245 milhões no circuito exterior, totalizando exatamente um bilhão de mundos. Eles refletem mil milhões de aspectos diferentes da perfeição do Paraíso, cada um deles sob o governo de um Eterno dos Dias. O dia-padrão do Paraíso-Havona corresponde ao tempo de uma revolução do circuito mais interior de Havona ao redor da Ilha Central, cerca de mil anos de Urântia. Daí vem a expressão bíblica de que um dia no Paraíso é como mil dias na Terra. Esse tempo-padrão se aplica aos 7 super-universos também, embora cada um tenha sua unidade de tempo. Esses Mundos Perfeitos de Havona servem para a capacitação dos Filhos Criadores de universos (Micael)  e das Ministras Divinas suas consortes (filhas do Espírito Infinito) e de várias ordens de Filhos Paradisíacos, bem como para todos os seres ascendentes do tempo-espaço, que por eles devem passar, a caminho do Paraíso.

 

Os Sete Super-Universos estão divididos em sistemas planetários, constelações, universos locais, setores menores e setores maiores. Um sistema planetário completo tem 1.000 mundos habitáveis; uma constelação tem 100 sistemas planetários; um universo local tem 100 constelações; um setor menor tem 100 universos locais; um setor maior tem 100 setores menores; e um super-universo tem 10 setores maiores. São assim previstos um trilhão (!) de mundos habitados para cada super-universo. Pois se um sistema planetário tem mil mundos, uma constelação tem 100.000, um universo tem 10 milhões, um setor menor 1 bilhão e um setor maior 100 bilhões!

 

Os sistemas planetários giram em torno da capital de sua constelação; as constelações orbitam em volta da capital de seu universo local; os universos locais gravitam ao redor da capital do super-universo; os setores menores e maiores seguem o mesmo padrão. Diferentemente do que pensa a cosmologia contemporânea, esses movimentos são parte inerciais, parte induzidos pelos Diretores do Poder e Controladores da Força. Eles estendem circuitos especiais entre os corpos celestes, para mantê-los em harmonia e evitar catástrofes e colisões. O dia-padrão do super-universo equivale a cerca de 30 dias de Urântia, e o ano corresponde a mais ou menos 3.000 dias urantianos.                                                                        

                                                                   

Todas as capitais do tempo-espaço estão sediadas em esferas arquitetônicas, mundos construídos especificamente para esse fim, devido à instabilidade do magma nos planetas geológicos. As esferas arqutetônicas são obras de engenharia cósmica divina, onde o clima é controlado artificialmente. Durante as horas de trabalho apresentam temperatura de 20° centígrados e a luminosidade de 10 horas da manhã em Urântia. Nas horas de repouso a temperatura cai para 10° centígrados e a luminosidade é como de uma noite de lua-cheia na Terra. Elas têm rios, lagos e colinas, mas não têm montanhas ou mares como os conhecemos aqui. Estão ornamentadas por belas flores, plantas e árvores, bem como por animais belos, evoluídos e úteis. Em vez do verde da clorofila, as plantas e árvores moronciais têm como cor básica belos tons de violeta. A atmosfera tem 3 gases principais, um a mais do que a nossa, para permitir a respiração material e moroncial.

 

 As esferas arquitetônicas que nos interessam mais de perto são as que se seguem. Jerúsem (pág. 174), capital do sistema planetário de Satânia. Previsto para ter 1.000 mundos habitados, Satânia já tem 619, dos quais Urântia é um dos mais recentes, com o nº 606. Em órbita de Jerúsem estão os Sete Mundos de Transição, ou Mundos de Mansões, para o aperfeiçoamento inicial das almas. Edêntia é a capital de nossa constelação de Norlatiadeque, com 70 satélites de socialização cultural e capacitação, também esferas arquitetônicas. Sálvington é a capital do nosso universo local de Nébadon, governado por Cristo Micael como Filho Criador Maior. Em sua órbita estão 10 grupos de 49 mundos cada um, onde as almas ascendentes atingem a primeira etapa espiritual. Umenor o Terceiro é a capital de Ensa, nosso setor menor do super-universo, cercada por 7 grupos de satélites dedicados aos estudos físicos mais elevados da vida ascendente (LU, pág. 174). Umaior o Quinto contém a capital de Esplándon, setor maior de Orvônton: “está rodeada por 70 esferas de capacitação intelectual avançada. Uversa, finalmente, é a capital de nosso super-universo de Orvônton. Em sua órbita se encontram 7 grupos de 70 mundos cada um, para a capacitação espiritual avançada dos seres ascendentes. Os graduados nessa capital seguem diretamente para os Mundos Perfeitos de Havona (LU, pág 175). Uversa será a sede central de cerca de 1 trilhão de mundos habitados, quando estiver completo o super-universo.

             

As personalidades supremas da Trindade no tempo-espaço são: os Anciães dos Dias, primeiras personalidades criadas, não-eternas, que administram os sete super-universos, em grupos de 3 para cada um; os Perfeições dos dias governam dos setores maiores dos super-universos, como o nosso Esplándon; os Recentes dos Dias gerem os setores menores, como Ensa; os Uniões dos Dias acompanham os Filhos Criadores de Universos Locais, como em Nébadon Emanuel, o “irmão mais velho” de que falou Jesus na Bíblia. Ele era o Embaixador da Trindade junto a Cristo Micael antes de sua plena soberania. Finalmente, os Fiéis dos Dias representam a Trindade junto às capitais das constelações. Abaixo do nível de constelação não há Filhos Paradisíacos em missão permanente.

 

Em conclusão, podemos lembrar que a Criação Divina é finita, mas pode ainda crescer quase indefinidamente. As áreas do Paraíso reservadas para os seres do tempo-espaço estão ocupadas em apenas 1% até agora! Os espaços destinados às realizações dos super-universos não têm mais de 4% de ocupação. Assim sendo há lugar suficiente para uma Criação quase infinita. Pelo visto estamos apenas no começodo tempo-espaço: pois o Corpo da Finalidade da Criação, ao qual se destinam nossas almas, só começará suas atividades precípuas quando estiverem habitados os mundos hoje em construção no espaço exterior. Nesse meio-tempo estaremos nos aperfeiçoando, em nossas carreiras a caminho do Pai.

             

                                   Brasília, 28 de julho de 2004

Copyright 2011 Teaching Mission Archives. All rights reserved.